16 Nov
16Nov

O dia 2 de novembro é o dia criado para honrar as pessoas que faleceram. 

Este dia, apesar dos nossos ente queridos permanecerem, no dia a dia, vivos no nosso coração, traz-nos mais intensamente os sentimentos da saudade, da dor e do luto. 

É o peso das palavras morte e perda retratado nos rituais deste dia.  É o reviver de memórias, o reviver de lembranças, o recordar de vivências que nos leva a outros lugares e a outros tempos.  É a presença de quem está noutra dimensão inatingível ao toque, mas sempre visível na nossa alma.  

Mas, qual o significado e a origem deste dia? 

O dia 2 de novembro conhecido pelo Dia dos Fiéis Defuntos, Dia dos Mortos ou Dia das Almas, celebra-se um dia depois do Dia de Todos os Santos. 

A origem desta celebração está na famosa abadia de Cluny, quando o seu quinto Abade, Santo Odilon, instituiu no calendário litúrgico cluniacense a " Festa dos Mortos" dando especial oportunidade a seus monges de interceder pelos defuntos, ajudando-os a alcançarem a bem-aventurança eterna. 

A partir de Cluny, essa comemoração estendeu-se entre os fiéis até ser incluída no Calendário Litúrgico da Igreja, tornando-se uma devoção habitual, em todo o mundo católico. 

Mas, quem foi Santo Odilon?  

Santo Odilon nasceu na Auvérnia, por volta do ano de 962.  Filho de uma família de elevada linhagem, foi vítima de uma grave doença que o deixou paralítico.

 Contudo, um alto desígnio pairava sobre ele. Nos seus primeiros anos de vida, seus pais deixaram-no junto às bagagens, nas proximidades de uma igreja dedicada à Virgem Maria, enquanto se reabasteciam de víveres. 

Nesse dia, sentindo um misterioso chamamento, arrastou-se pelo recinto sagrado e conseguiu chegar ao altar dedicado à Rainha dos Céus. Chegado ao altar, agarrou-se à toalha que cobria o altar para tentar pôr-se de pé, quando miraculosamente se vê curado. 

Foi, este prodígio que o levou a dedicar-se à Mãe de Deus durante toda a sua vida. 

Mais tarde, consagrou-se à Mãe de Deus como escravo, ou seja, como disse Dom Jacques Hourlier, 

" Odilon não é mais homem livre: ele deu-se à Nossa Senhora. "  

Algum tempo depois, um feliz encontro com São Maieul, abade de Cluny, determinou seu destino: 

ser monge na abadia de Cluny.  

Este primeiro encontro foi abençoado desde o primeiro momento por Deus. Unidos para sempre numa fraterna amizade para a vida e para a morte, o jovem Odilon com apenas 26 anos, inclinava-se como um filho, perante a venerável figura do abade octogenário, de quem se tornou discípulo. 

Não houve naquela casa de oração, monge mais humilde do que Odilon, mais afeito aos trabalhos árduos, aos sacrifícios penosos, à prece e ao recolhimento. 

A sua alma parecia ter sido modelada desde o nascimento de acordo com os preceitos da regra e do ideal Beneditino.  

Seus irmãos de hábito, sentiam-se privilegiados de terem sua companhia, pois viam nele a perfeição da vida monástica. 

São Maieul elegeu-o para seu sucessor, recaindo nos ombros do jovem Odilon , a pesada cruz do governo da abadia de Cluny. O período do seu governo foi extenso: 55 anos. 

Muitas almas conquistou pela prática da caridade cristã. 

No dia 1 de janeiro do ano de 1049 entregou a sua alma a Deus. 

"Sem estremecimento, sem agonia, seus olhos se fecharam docemente e ele adormeceu na paz."  

Visitar o cemitério neste dia, faz parte de um ritual que é feito para recordar os familiares e amigos falecidos e por eles orar. No entanto, saibamos ouvir o apelo dos nossos corações e sejamos capazes de manter viva a memória daqueles que amamos no rio temporal dos nossos dias. Um momento, um silêncio, uma prece sejamos capazes de orar pelos presentes na distância. Eles agradecem. 

Deixo uma curta oração: 

Pai Santo, Deus Eterno e Todo-Poderoso, peço que os meus ente queridos e amigos alcancem junto a Vós a vida imortal no Reino Eterno. Por Jesus Cristo, Vosso Filho , na unidade do Espírito Santo. Amém  

Rezar Pai-Nosso e Avé-Maria.  

Relembro que no século XX, durante a Grande Guerra, milhares de pessoas morreram nos campos de batalha, e a sombra da morte pairava sobre toda a humanidade. 

Foi, neste período trágico, que o Papa Bento XV emitiu um decreto para que os sacerdotes de todo o mundo rezassem três missas no dia 2 de novembro por todos os fiéis defuntos.


Celeste Almeida: Autora do Texto

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