(em Vós nos vemos e lemos, Senhor!)
Devagar se vai longe - diz-se por aí
E eu só desejo encontrar a paz
Que sempre me vem de Ti.
Talvez a descubra na força das marés
Que agitam os mistérios do oceano
Ou na suavidade da relva verde dos prados
Quando a primavera se faz florescer
Quiçá, a encontre na brisa que afaga a tez
Ou no sopro forte do vento
Que faz ondear as copas das árvores…
Quiçá, Te esteja a procurar no lugar errado
E Te encontres tão perto de mim
Como o ar que respiro…
Talvez à mercê do toque da minha mão
Talvez no odor das flores que me embriaga
Estás, certamente, dentro do meu coração.
Diz-me, então, por que me sinto perdida
Neste silêncio ensurdecedor
O leito, calado, parece sem vida
Mas nele permanecem as vozes do amor.
Vem, Senhor!
Afaga o meu rosto molhado de pranto
Deixa que Te sinta na magia do toque dos dedos
Que gravam na pele a mensagem
De que só o Amor fortalece e afasta os medos.
Porque Vós, Senhor
Não estais apenas no vento
Nem estais apenas na chuva do meu verso
Ou nas estrelas que polvilham de luz o firmamento
Nem estais apenas na brisa que afaga
E nem neste simples pensar controverso
Vós estais em todo o lugar e em todo o tempo
Porque Vós, Senhor, sois o próprio Universo.
Fazei-nos foco e fé
Paz, esperança, alegria e amor
Em Vós nos vemos e lemos, Senhor!
Dulci Ferreira, a autora do texto