Neste tapete de folhas outonais
Que o vento sacode das árvores, quais flores
Há vida, sonhos, esperança e muito mais
A fazer-nos recordar outros amores.
Assim, meu coração recorda o teu
Nos dias que encurtavam lentamente
Correndo por jardins, só tu e eu
De mãos dadas, naquele outono distante.
Chegava briosa e em todo o seu esplendor
Essa estação que aviva a nostalgia
Dos tempos em que a saudade era dor
E nos meus olhos, aquela lágrima de alegria.
Sim, também se sofre por tanto amar
E se chora, sorrindo de felicidade.
Para tal, basta alongar o olhar
E deixá-lo vaguear em liberdade.
Deixa que voe também, como folha colorida
Neste outono singular, pleno de cor e de vida.
Dulci Ferreira, a autora da Poesia