Há uma coisa que eu sei que não sou...
Não sou Hipócrita!
Não sei ser de uma maneira na frente das pessoas, e de outra por trás delas.
Digo o que penso com frontalidade e sei que, por isso, vou perdendo amigos pelo caminho. Todavia, se por dizer ao meu amigo o que penso dele, coloco em risco o sentimento que nos une, então é porque esse sentimento nunca foi verdadeiro.
Nesse caso, não perdi nada.
Não se perde o que nunca se teve.
Um amigo de verdade ouve o seu amigo e reflete no que o outro lhe diz.
Falar o que se pensa na cara das pessoas é um ato de coragem.
Não seremos amigos de alguém se lhe dissermos apenas o que gosta de ouvir ou se lhe passarmos a mão na cabeça e lhe falarmos que faz tudo bem, sabendo que está errado, para o não magoarmos ou ferirmos no seu orgulho e vaidade. Seria estar a enganá-lo e isso, decididamente, não é ser amigo.
Os amigos orgulham-se dos feitos dos seus amigos!
Não invejam nem desejam sobrepor-se-lhes, tentando ultrapassá-los a qualquer custo.
Os amigos não diminuem ou menosprezam o trabalho dos seus amigos.
Sequer se vangloriam de serem os melhores ou únicos. Pelo contrário, devem compreender que cada um faz o que faz de uma maneira muito própria e é nessa diversidade que está a beleza do conjunto de realizações.
Um amigo nunca se acha melhor do que o seu amigo nem pretende estar à frente ou acima dele, mas lado a lado, valorizando-o.
Um amigo dá a mão ao seu amigo e nada cobra, nem presença.
Deve reconhecer o que o outro faz por ele e ser grato. A amizade tem de ser pura, pois ser amigo é a maior das qualidades e todos precisamos de ser acarinhados com amor e alegria por alguém.
Somos seres integrados que vivem em comunidade e sabemos que sozinhos não somos nada.
Nunca esqueças que quando dás ao teu amigo, já muito dele recebeste.
Dulci Ferreira, a autora do texto