Quantas vezes já ouvimos “eu não merecia isto” ou “tem o que merece”?
Muitas, certamente!
Afinal o que é devido merecer e quem é o merecedor?
Teria de escrever centenas de linhas sobre a matéria. De facto, perante duas realidades distintas a mesma pessoa não merecia algo e tem o que merece.
Algo confuso de explicar, mas vejamos:
Há quem seja pacifico por natureza, mas a “guerra” vem sempre ao seu encontro, há quem seja mauzinho e a vida congratula e premeia, é merecedor?
Não!
Tem o que merece?
Não!
O que é preciso para ser merecedor de ter o que merece?
Infelizmente é um dogma. Por muito que alguém se esforce nesse sentido, as coisas acontecem fora do contexto do merecimento, estando a anos-luz da total e constante liquidez de ambas as premissas.
Surpresas, comportamento da sociedade, ateus do amor, e muito mais, condicionam tudo o que é merecido. Aquilo a que se chama sorte não consta da estrada do tempo do merecedor.
E o maroto (a) que passa a vida a ser vilão (ã) e nada lhe acontece satisfeito (a) do sorriso do tempo?!
Não é merecedor (a)!!!
Então porque é assim?
De onde vem tal injustiça?
São as tais centenas de linhas que não escrevo, deixo somente um pensamento:
O merecimento só acontece na transparência da inalcançável perfeição, onde a atitude pouco ou nada conta.
O próprio mundo teria de ser perfeito.

Maria Dulce Araújo, a autora do texto