“O marcador”

Durante a união no recato do ventre, despertam as células preparadas para a fertilização e criação. 

Numa obra perfeita, o marcador faz o seu papel, registando os compostos celulares, em tudo diferentes dos existentes ou a provir. 

O Ser Humano é perfeito!  

Porque se estraga então?  

O marcador pode ter errado algures, mas concedeu o raciocínio na tentativa de corrigir a tempo a incorreção. 

Inoperância ou intolerância?  

Até surge a plena maldade, o espírito destrutivo. 

O marcador não é o único culpado. Ele de facto define comportamentos e sentimentos, mas é ao Ser já formado que compete escolher o seu próprio caminho, através dos passos que o movem, aproximam ou afastam. 

É bom, no momento de dar o primeiro desses passos, ativar o raciocínio para que este seja a lanterna que ilumina, antes de tropeçar sem retorno.  

Pensar é próprio da inteligência. 

Que se pense antes de agir.

Maria Dulce Araujo, a autora do texto