09 Sep
09Sep

Do luto que cai 

Do choro que toca 

Do medo que tolhe… 

Do tanto que se perde 

Nas cinzas que cobrem o chão. 


Noite 

Das sombras que escondem 

Das formas que iludem 

Dos passos que rasgam a inquietude 

Da introspeção 

Das inquirições 

Dos pensamentos que pesam no silêncio. 


Noite 

Da meditação 

Da prece em fervor 

Do pedir perdão 

Ao Pai de imenso amor 

Que tudo vê 

Tudo sabe 

Tudo entende 

E tudo perdoa 

Mas que sempre apela à paz e à reconciliação 

Porque a todos ama sem imposição. 


Noite 

Do abraço que é casa 

Do sonho que é asa 

Do amor que se dá e se faz. 

Das histórias que se contam ao serão 

Das estrelas que brilham sem outra intenção 

Das constelações que nos são altar 

Onde desejos se pedem e se confirmam promessas. 


Noite 

Das vozes que seduzem 

Dos acordes que entoam de bar em bar 

Das casas de fados e dos fadistas 

Vozes de encanto a arrepiar 

É a guitarra que trina a nostalgia do verbo amar. 


Noite 

Da impiedosa insónia 

Que tantas vezes nos toma e transtorna. 

Passem as horas com brevidade 

Para que logo o sol se levante 

E se nos serenem as ânsias 

À luz da sua esplendorosa claridade.

Dulci Ferreira, a autora do poema

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