18 Jun
18Jun

Lembro dos dias de sol em nós, quando os sorrisos eram tão espontâneos como o arfar da respiração depois do amor. 

Minha cabeça em teu peito a repousar, o bater descompassado dos corações e tudo se harmonizava na certeza de um eternamente assim. 

O amor, nosso rio em correnteza, o espelho da alma a refletir o amanhã.


Mas a vida dá muitas voltas e nunca nos leva ao começo… 

àquele arrepio na espinha… 

às borboletas na barriga… 

às lágrimas de felicidade por nos sabermos um mesmo pensamento. 

Não te vás! 

Talvez o acaso nos traga a solução. Deixa-te ficar aqui, ainda que, apenas, em contemplação. Quiçá, o universo que um dia inventámos decida inverter a sua posição e nos catapulte à distância dos nossos abraços?!

Bem sabes que mesmo que passem séculos, milénios até, nada poderá apagar a história que juntos vivemos, porque em algum momento, em nós, fomos eternos. 

Não partas agora! 

Ninguém foi mais que tu e eu nesta passagem pelo tempo. 

Nenhum amor foi menor ou maior, apenas diferente na voz, nas palavras, nos poemas com que nos conquistámos e em que nos expressámos de modo mais ou menos eloquente. 

Não te vás, pois já me aperta a saudade e sem ti não me apraz também ficar. 

A noite ainda é uma criança! 

Vá… fica! Verás que há madrugadas por que vale bem esperar.

Dulci Ferreira, a autora do texto

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