03 Dec
03Dec

Às vezes questiono-me sobre o porquê das coisas… 

Porque acontecem desta ou daquela maneira.    

Qual o real sentido de ser.    

Qual a nossa missão nesta passagem pelo mundo.  

O que nos torna tão especiais entre as outras criaturas.    

O porquê da finitude.  

O que nos espera do outro lado, se é que existe esse lado (quero crer que sim, pois de outra forma a vida perde o sentido e, se não acreditamos, a procura desse sentido será uma angústia permanente). 

Mas, afinal, o que dá sentido à vida?  

O dinheiro? 

A posição social? 

O poder? 

A beleza física? 

Então, e os limitados? 

Os menos inteligentes… pouco ambiciosos… pobres e nada belos, mas que continuam a ser gente, gente que é, que pensa, que sente, que ama… Sim, que ama! Pois é ele que, na verdade, dá sentido à existência… 

Ele, “o amor”… o verdadeiro amor… a dádiva, a entrega total e desprendida.  

A partilha, a caridade, a solidariedade, a vontade de ser em prol do Outro.  

No entanto, muitos o apregoam, mas poucos agem como tal! Olhamos cada vez mais para o próprio umbigo. Estamos constantemente preocupados em viver de aparências, esquecendo-nos de viver de verdade. Escondemos as nossas origens e envergonhamo-nos de ser genuínos, de mostrar quem realmente somos.   

E as atitudes… meu Deus… as atitudes…    

Tantas vezes repugnantes, arrogantes, mesquinhas e cruéis, em contraponto a tudo o que se apregoa.  

Vale a pena pensar nisto!

In “NA COMPANHIA DAS LETRAS”, 2011  

– AJFA Edições (Editado).

Dulci Ferreira, a autora do texto

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