José Maria Rodrigues, nascido na localidade de Ribolhos, concelho de Castro Daire, no ano de 1906, ficou conhecido como o Mestre Zé Maria.
Desde muito cedo, aprendeu com o seu pai a arte de moldar o barro.
Sentado numa tripeça , um banco com três pés, curvado sobre o ofício de oleiro, fez dos sonhos realidades frágeis , que ao mais pequeno toque se estilhaçavam em poeira barrenta.
Sonhos que com a ajuda de um esquinote ou scanabita, moldava e fazia girar, girar na roda da sua vida.
Com as mãos da cor do sangue, com os olhos esquecidos da luz, com o chão cavado de soengas, escondia nas covas o trabalho que lhe dava o pão.
Inspirado no cotidiano da aldeia, tornou-se um artista, bebendo na água das fontes de Ribolhos, o talento que brotava das suas mãos.
Com suas obras esculpidas, percorreu caminhos , foi presença assídua em várias feiras de renome, como a Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde, A Fil – Artesanato, a Feira de S. Mateus , entre outras, deixando o seu nome , o nome de Ribolhos e o nome de Castro Daire escritos nas linhas seculares de pergaminho.
Quantos lugares contemplaram as famosas figuras de barro negro?
Quantas vezes a roda girou, nesta roda gigante, que é o mundo com memórias enterradas num buraco fundo?
Memórias esculpidas nas mãos do Mestre Zé Maria que com tanta beleza nos enchem o coração com um arco–íris de emoções!
Celeste Almeida; Autora do Texto