(Continuação)
O amor é a voz do deserto!
Até no inóspito deserto há vida e quando essa vida emerge das áridas dunas, é um despertar para esse sentimento maravilhoso e complexo, por vezes enfunado de tempestades, cegando quem ama e quem é amado .
Se todos o querem, então o amor também é a voz da multidão, o tumulto do coração, a rosa vermelha por muitos esquecida.
É tão vasto, é imenso na abrangência de um abraço fraterno, na solitude espiritual. Ah, o carnal, esse que é fruto e fonte e diz-se rei…contudo é súbdito da verdade e da simples majestade com que reveste o seu trono.
A quem se ama e porquê? Vá lá saber-se! Está escrito nas estrelas e elas brilham todas as noites projectando-se nos dias, irizando aquele olhar húmido e único de quem sabe sentir a mensagem, construindo a ponte para a outra margem.
O amor é um cofre cheio de segredos e magia, o alimento universal.
Sem ele o deserto não falaria, a multidão nada sentiria, o ser humano seria só areia e todos acabariam como uma microalga perdida nas profundezas dos oceanos.
Maria Dulce Araújo a Autora do texto