25 Feb
25Feb

Não digas nada 

Deixa que o silêncio fale por nós 

Que os gestos sejam varinhas mágicas 

A despir a branca pele da tua deusa do amor 

Assim, sem tabus e sem qualquer pudor 


Crês-me? 


Eu creio que te amo e te quero 

Porque estremeço e o meu corpo vibra 


Com o teu enleio 

Digo-te sim… 

Que estou pronta para o amor 

Para te amar 


Para ser a Vénus que em sonhos te vem beijar 


Sim… vem até mim 

Rola, ondeia sobre o meu corpo 

Como bote ao largo 

Escala-me! 


Sobe e desce num vai e vem libidinoso 

Como onda de mar 


Que embate com vigor na areia da praia 


Excita-me! 

Provoca-me! 

Faz-me amor 


Como ambos gostamos e queremos. 


Beija-me 


Num bailar de línguas dançantes 

Loucas, lascivas 

Penetrantes 

Desperta-me! 

Faz-me vibrar como nunca 

Contorna-me! 


Como contornam as águas do meu rio 

As fragas gastas e macias. 


Segue, sem medo, a corrente 

E desagua no mar de sentidos 

Que ambos desejamos alcançar. 

Não me deixes à deriva 


As estátuas esfriam nos jardins. 

“EU, A TUA VÉNUS” In “Treze Autoras Com Vénus  

Edições Vieira da Silva

Dulci Ferreira, a autora do texto

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