E era terno e dócil
E o seu colo era o meu refúgio
Quando a noite se aproximava
E eu temia a ausência
Dos abraços que só ele me dava.
João, se chamava
E como o outro, o do deserto
Numa força e num amor maior acreditava
E a pureza dos atos e dos sentimentos recitava
Para mim e meus irmãos outros.
João era o seu nome
E partiu contra minha vontade
Em noite sem brilho e alvorada.
Na memória, guardo o sorriso carinhoso
Que lhe dançava no olhar
Quando protetor me mirava.
O seu nome era João
E hoje
Entrego-lhe o pensamento em oração...
Porque, em mim, sempre presente
Porque, em mim, coração ❤
Descansa na paz e no amor da minha saudade
Como descansam as águas mornas
No leito do meu rio.
Dulci Ferreira, a autora do poema