Daqui te saúdo Universo, esperando saber-te bem na tua imensa função.
Sobre isto dá-me uma palavra.
À medida que o tempo passa, cada vez te entendo melhor e me identifico contigo, caso contrário, o que andaria cá a fazer?
Sigo as tuas recomendações e fico tranquila, tu sabes disso!
Desculpa se por vezes a minha rebeldia ultrapassa o meu tempo, estou sempre com a sensação de não ter tempo para tudo a que me proponho, agradecendo desde já os empurrões vindos da tua esfera.
Contudo desta vez gostaria de te pedir um favor:
Como sabes, a Terra que te pertence está numa tremenda confusão, perturbada, criminosa até.
É tudo tão complexo dos novos aos velhinhos, das famílias desavindas, dos homens das guerras e daqueles que tu levas.
Ajuda esta gente agudamente distorcida mentalmente, esta gente carente de amor e paz, convencida da sua força inexistente.
Acende o teu sinal vermelho para que parem, pensem de forma isenta, e arranquem suavemente pelas avenidas desimpedidas sob tua livre escolha.
Já deves ter reparado nos descalços ao frio, tem feito muito frio eu sei, não poderás dar-lhes umas botinhas de lã?…alguns são tão pequeninos ainda, vacilantes sobre os escombros da vida que lhes calhou.
Não me vou zangar contigo, estou apenas a desabafar, quem sabe a lembrar-te o que fica para trás…tens tanto que fazer…compreendo!
Comigo está tudo bem, para mim nada peço, cá me vou virando dia após dia sem reclamar nada.
Não te esqueças dos meus pedidos, continua a ensinar-me como até aqui e a receber-me na tua Luz, se disso for merecedora.
Envio-te um abraço do tamanho do mundo que habito, e da distância onde gravita o teu espírito.

Maria Dulce Araujo, a autora do texto