09 Jul
09Jul

Delicadas, as rosas enfeitam os jardins 

Adornam as estátuas, as fontes 

Embriagam os velhos que ainda sonham 

Encantam o olhar enternecido dos amantes. 


Delicadas, as rosas ornamentam as jarras 

Maravilham quem as cuida, quem as colhe 

De perto, assim… 

Como quem inala das aveludadas pétalas 

O mais doce e inebriante dos aromas. 


Delicadas, as rosas são o fermento 

O condimento que aviva a paixão 

E sustenta o sentimento. 

Quem não gosta de deter 

O seu perfume nas próprias mãos 

De acariciar-lhes as formas suavizadas 

Em total deslumbramento?


Delicadas, as rosas têm espinhos 

E fazem o sangue jorrar dos dedos 

Que fiam o naperon de linho 

E a colcha da cama que aconchega 

As nossas noites de amor. 


As rosas são o poema que Sofia trincou 

O troféu que Saramago ergueu e perpetuou 

Que Florbela de “orgulhosas” nomeou 

E como “símbolos d´amor e de alegria” contemplou. 

Elas são a frescura do orvalho 

Nas madrugadas ainda entorpecidas. 


São a beleza da cor nos colos tatuada 

O brilho e a essência da palavra sublimada 

E apesar de tanta celsitude 

As rosas também provocam dor. 


As Rosas são tão belas como a vida 

E viver é, quais espinhos afiados 

Que armadilhas tecem

Elas lembram o pouco que duramos 

Pois, tanto nas jarras como nos jardins 

As Rosas também perecem.



Dulci Ferreira, a autora da poesia

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