A vida tão depressa corre a motor como marca passo a remos. Há vidas competitivas ignorando completamente os limites de velocidade, na corrida ao topo dos objetivos, ao primeiro lugar do pódio. Outras, não sendo contempladas com exequíveis oportunidades, remam em esforço quase sempre contra a maré.
Ambas requerem repetitividade embora, na minha opinião, sejam esgotantes e estejam distantes do que é a existência.
O meio termo corretamente calibrado transforma-se em equilíbrio.
É preciso correr?
É!
É preciso abrandar?
É!
São uma espécie de consequências entre si, contudo uma realidade a todos comum desde que perfeitamente inseridos no contexto social.
Os extremos são lutas constantes, metas por vezes inacessíveis por muito que se corra, por muito que devagar se vá conseguindo parca coisa.
O ser humano é um Universo em movimento, como tal, deveria seguir o exemplo da tranquilidade galáctica, do equilíbrio gravitacional dos seus elementos…mas quem prefere ser meteorito, é bom que esteja seguro da sua composição, não vá autodestruir-se algures na travessia de uma atmosfera…
Maria Dulce Araujo, a autora do texto