Difícil que nos é entender a palavra Amor, se cada um o interpreta de acordo com a sua própria necessidade, carência e (porque não) egoísmo.
Quantas vezes me debruço sobre a palavra e o tema, quantas vezes terei eu que meditar para saber e pedir Luz para o entender?
Quantas tentativas terei eu que fazer para o saber explicar como o sinto e vejo?
Se também eu o entendo de acordo com o que sinto, perceciono e com a minha própria carência.
Se eu também percebo (pre-quero) que o amor que eu quero nem sempre é o que preciso.
Pior ainda é perceber que o amor que dou, pode não ser suficiente ou até qualitativamente ou quantitativamente adequado a quem mo pede.
A (minha) verdade é que tal como somos o que somos , cada um à sua maneira e individualmente, também o amor o é!
E aqui começo eu a deambular pelas estreitas saídas que a vida me dá para o entender.
"Estreitas" não por ser pouco, mas porque o amor não cabe num qualquer lugar, muito menos entra por grandes portas (a não ser que em vez de porta, sejam Portal).
Quanto a mim, o amor não tem preço nem amarras, o amor é o que não se compra nem vende, o amor é o que preenche ainda que na ausência.
Por vezes exigente, outras complacente... pode até ser justo ou "injusto" (lá está, mais uma vez dependendo da lente que usamos quando o "lemos")... o amor preenche e invade, mas sempre através de uma brecha, uma rachadura que permita, ainda que sob pressão, uma entrada, algo que nos faça querer ir ver, beber, perceber mais.
Aquela incessante procura que nos faz atravessar rios e vales, rostos e vivências, carências, dádivas, bênçãos e porque não até a dor... as dores de estarmos vivos e sentir em 3D o que a alma sente e o Universo ensina.
Talvez haja quem queira chamar à sua moeda emocionalmente carente de "amor"... Talvez...
Talvez o amor seja apenas um eco que se sente e ouve... Talvez!
Talvez o amor seja uma ilusão, uma bengala que usamos para enfrentar o dia a dia...Talvez!...
Talvez o amor seja apenas uma forma de dar e receber Luz, dividir, espalhar, repartir.... talvez ele ultrapasse mentes e atravesse corpos, talvez ele nos dê a mão sem que disso nos apercebamos... Talvez...!?
Ruth Colaço: Autora do texto