A auto analise e reflexão nunca é fácil.
É como atirar rosas ao abismo para agradecer aos monstros que não me conseguiram engolir.
Sempre à procura da (im)perfeição, a prática espiritual da nossa infância manifesta-se sempre de formas inesperadas. É preciso apanhar o "rasto" de todos os movimentos e movimentações da história da nossa vida.
Pergunto-me muitas vezes:
Se a minha vida fosse um mito, ou uma lenda, como seria? Que factos seriam verdade ou lenda?
A vida, as decisões, as emoções parecem uma bolha amorfa, e quando não há quem limpe a desordem que deixamos para trás na nossa rota de decisões, torna-se difícil lembrarmo-nos que a imaginação idealística nos ajuda sempre nos processos de mudança.
Há que confiar que sabemos comunicar com todos os estados de alma, mas especialmente com a tristeza.
Daí que muitas e tantas vezes eu não sei se estou a entrar ou a sair de um estado, de um momento, mas sei que estou sempre em constante progresso no “processo"...
o tal da procura.
Quando eu era miúda sentia-me indignada quando, porque tentei sempre (verdade... eu lembro-me) dar o melhor de mim, e mesmo assim nem sempre o conseguia fazer.
Dar o melhor implica uma viagem e um processo, e hoje percebo que é preciso aceitar a crítica como parte da bagagem, aceitá-la como parte integrante no meu caminhar.
E assim, aprendi também que não estou (não tenho que estar), a "entrar" ou a "sair", estou NO processo.
Pertinente é saber parar e respirar de vez em quando. Voltar a mim, à minha essência, ao lar da minha selva (este ser que sou e trago há repetidas vindas a este chão Gaia).
Campo do Gerez
E é nesse parar e respirar, nessa pausa intermédia de ser ou não ser, de ir ou ficar, de escutar ou calar que eu adquiro a força e a coragem para escolher (e não dar importância) o que não serve, e guardar, manter, nutrir tudo aquilo com que ainda posso aprender para crescer.
Sim, para crescer, não para me fazer feliz... porque isso consigo caminhando.
Caminhemos!
Ventos Sábios
Ruth Colaço: Autora do Texto