“Hoje sentes a voz cheia de autoridade"?
Sabes nada tem a ver com falar alto, tem mais a ver com saber exatamente o que dizes, e com isso podes provocar os resultados que procuras.
O teu desejo de mudar dependes apenas e só da tua habilidade de dizer “sim” a ti própria. E garanto-te que isto que te digo não é de todo um pequeno feito para uma pessoa como tu, que sentes vulnerabilidade que pressentes rejeição.
” Tau! Bateu-me assim do nada, por momentos pensei que era apenas a minha insegurança a falar, rapidamente percebi que tinha voltado.
A Voz tinha voltado e não estava para brincadeiras. Hoje parece-me apressada em transmitir a mensagem. Confesso que já tinha saudades de a ouvir. Olhei para as montanhas, deixei-me levar pela bruma que tão suavemente beijava cada coroa dos cumes… aceito, entrego-me e confio no que tem para me dizer. Inspiro, desta vez não fecho os olhos, o que a natureza me oferece à vista, até me ajuda a “ouvir” melhor.
Mata de Albergaria - Gerês.
“Examina e observa a tua confiança, e (sim mais uma vez) a forma como comunicas contigo própria, entendes-te?
“ Dou por mim a estremecer com esta pergunta, com alívio percebo que é retórica… respiro, expiro, suspiro e escuto".
“Deixa que eu te dê uma “luz”, se é que me entendes” e pisca-me o olho sabendo que é tudo o que tenho pedido… estas dicas que ela me atira quase me fazem perder o foco, começo logo a querer pensar e racionalizar tudo o que me diz. De pouco vale a pena, pois ela retoma o discurso adivinhando que me ia perder.
“Deixa que te leve de novo à ideia de resultados procurados. Então… a tua habilidade de te trabalhares induz à acção. Aproveita este momento para mergulhares no amago do teu ser, dos teus talentos e destrezas.
Dependes das circunstâncias ou dos objectivos? Não… fiques à espera que eu te dê a resposta. Primeiro: já sabes que não o farei, segundo: cabe-te a ti responder e terceiro: Eu confio em ti e confio até que já sabes a (tua) resposta.
Compete-te a ti descobrir quem tu precisas de ser e como fazer a mudança para lá chegares.
Uma chuva miudinha vaporiza-me os cabelos… sinto o frio da serra a convidar-me para voltar à lareira, ao abraço de quem aqui me acolhe.
Sei que caminhar é um desequilíbrio e equilíbrio constante.
Sei que há dias que levantar um só pé dá medo, petrifica-me na verdade, mas também sei que é basta “levantar” um pé para que a estrada se abra e se faça o caminho.
Na serenidade que me rodeia, no musgo morno, nas gotículas de prisma invertido, no som da mata…. Tudo me envolve e inspira.
Respiro. Sinto. Entendo e sigo.
(Conversas com a Voz- Campo do Gerês-Dezembro )
…
Expiro
Inspiro… mas não respiro!
Respiro logo suspiro
E é assim que sinto o peito
uma mão de pedra que o aperta
esmaga e me faz sangrar
Quando tu me olhas
veias saídas, olhos de raiva
pele brilhante com ódio
a destilar a tua revolta.
Inspiro...... respiro.
Respiro? não consigo!
Tenho o coração nas tuas mãos
cada lagrima que deito
uma gota de sangue derramo,
Suspiro, inspiro, respiro
e nesta dor
Expiro!
Ventos Sábios
Ruth Colaço: Autora do texto