... descer a avenida.
Que venham poetas, artistas, pintores
Escritores, escultores e cantautores
Bailados, bailantes em pontas de pés
Que venham cantores e suas violas
Venha o bailarino de ballet moderno
Que a música clássica reine no ar
Que venham performers e declamadores
Diseures que trazem palavras que chocam
Autores que tragam os compositores
Nas telas cinema e seus produtores
Acendam as luzes do palco da vida
Que tragam ao mundo a paz que levita
Batuques, tambores que saibam rufar
Ao som desta vida que sabe pulsar
Mas venham unidos de braços bem dados
Quem encham passeios, invadam as ruas
E façam abrir janelas fechadas
Das mentes que cegas não sabem sonhar
E venham unidos em número infindo
Ainda que dedos se apontem aos loucos
Que loucos ficaram de tanto querem
Devolver à vida o gesto que é vivo!
E acordem as vozes que temem gritar
Que arte é vida, viver é uma arte!
Que muitos são poucos
Para o quorum da vida!
Que chamem de loucos
Na sua investida!...
E eu?...sou palhaço
Mas tudo eu vejo
Não fossem os "loucos"
Marcarem compasso
Jamais haveria
Momento vivido
Em sonhos que um dia
Mudassem a vida!
Pé de Carvão ®
Quem é Pé de Carvão
Pé de Carvão, heterónimo de Ruth Collaço, é uma figura envolta em mistério, cuja origem permanece incerta, surgindo pela primeira vez nos registros do Templo das Tempestades aos pés da deusa Dogoda de Hades.
Rumores indicam que poderia ser filho da própria Dogoda, fruto de uma paixão secreta, embora ela nunca o reconheça como tal, atribuindo sua maternidade à feiticeira Circe, com quem mantém um pacto oculto.
Criado pelos Sábios do Templo e instruído por uma sacerdotisa chamada Sombra, Pé de Carvão desenvolve habilidades incomuns, como andar sobre brasas, o que lhe confere o nome que carrega.
Devoto de Hefesto e da própria Dogoda, seus pés estão sempre cobertos de carvão e cinzas, resultado das danças rituais que realiza nos cultos do submundo.
Sua devoção à deusa é tamanha que ela lhe concede o dom da imortalidade e juventude eterna, permitindo-lhe explorar os mistérios da vida, alquimia e feitiçaria sem limitações temporais.
Escolhe viver como um miúdo de rua, vagando livremente pelos séculos, e em sua jornada salva Zé Maria da forca a pedido das gêmeas Maria do Vento e Maria da Lua.
Atualmente, caminha pelas esquinas elegantes de Lisboa, cidade que escolheu como lar temporário, sempre entre o mundo dos mortais e o dos mistérios.
Sobre Pé de Carvão, isto se sabe...
Ruth Collaço, a autora do texto