Quem sou eu de Verdade ?

Esta frase, talvez leve o homem a pensar: 

Será que nos conhecemos a nós próprios? 

Recuemos no tempo e entremos nas tradições gregas. Esta frase vem dar ênfase à frase escrita no Templo de Delfos, na região grega de Delfos.

Região de Delfos

O templo de Delfos, cuja palavra em grego (Delfos) significa “ventre” foi dedicado ao Deus Apolo, considerado na mitologia grega pelo “Deus da Harmonia”.

APOLO

Ainda e segundo a mitologia, residia neste oráculo, uma Sacerdotisa de nome Pitonisa, que vivia rodeada de mulheres na condição de virgens e desapegadas à matéria, para posteriormente assumirem a posição de futuras Sacerdotisas.

Pitonisa e suas mulheres virgens

Esta posição consistia em dar previsões sobre o futuro das pessoas, que só acontecia sob a inalação de gases, oriundos de uma caverna por baixo de Delfos, provocando o êxtase. 

Então muitos Reis, Sacerdotes, grandes líderes e outras Entidades de destaque em seus países, deslocavam-se a esse Templo, por causas destas profecias que admitiam serem verdadeiras. 

Perguntas mais frequentes: 

Será que vou ganhar esta guerra?  

Onde poderei fundar a minha cidade?   

Qual o futuro do meu reino?  

Outra versão, refere a um dragão-fêmea enviado pela deusa Hera em perseguição a Leto, mãe de Apolo durante a gestação, para que travasse seu nascimento.  

Posteriormente e em luta com este dragão na caverna por baixo de Delfos, Apolo saiu vencedor. O seu corpo foi aí mantido, ficando em estado de decomposição e exalando gases, que ao saírem por fissuras na terra, as pessoas entravam em êxtase.

Apolo e o Dragão-fêmea

Ainda, e segundo aquela tradição, esta luta tem um símbolo: 

“O Mestre que é capaz de dominar o potencial oculto da sua própria natureza” 

A frase “Conhece-te a Ti próprio” não é autoria de algum filósofo, mas sim de toda uma tradição e consta-se que partiu do Antigo Egipto. 

E o que ela nos quer dizer? 

A pretensão de ultrapassarmos os nossos limites. 

Pelo que denominamos por vida comum, à medida que vamos crescendo adquirimos determinados hábitos que o inconsciente vai memorizando, dando como exemplo o caso dos bebés que muito cedo descobrem seus pés e mãos, mais à frente tomam perceção que determinado brinquedo serve para se distraírem e posteriormente à medida que o tempo avança, começam a experienciar suas próprias paixões, qual a vocação para determinado tipo de profissão, além do seu papel na Sociedade em que vivemos. 

Isto é o que podemos chamar de hábitos, que dia após dia se tornam automáticos pelo inconsciente  

Agora esta pergunta: 

“Quem sou eu de Verdade?” 

Os gregos quiseram filosoficamente ir a uma profundidade mais íntima: 

A Psique, onde se encontram as nossas ideias, os nossos padrões mentais e como olhamos nossas realidades pelas emoções, porque cada um pensa e sente realidades diferentes. 

Mas também: 

“Qual a nossa Natureza Espiritual”?   

É uma realidade tão profunda que muito pouco sabemos. 

Vamos então a complementar a frase:  

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o Universo” 

Ela diz-nos que somos partícula do Universo, por isso todas as leis aplicadas no Todo são regidas por código, que contém notas musicais, cores, números e formas geométricas.  

Nós somos parte da natureza. 

O que são as Leis da Natureza?   

Tudo que observamos: minerais, vegetais, animais, seres humanos. “Tudo o que existe”.  

Como parte da Natureza que somos, aquele código da vida está em nós. 

Podemos definir como Lei Universal, aplicável a qualquer corpo da Natureza. 

No entanto estas Leis se misturam e cada ser humano tem um padrão único deste código. 

As nossas moléculas têm um padrão geométrico.  

Somos uma combinação de sons, cores, números e figuras geométricas.  

Essas Leis que desconhecemos. 

É este o grande mistério que temos dentro de nós e que o homem por ignorância procura no exterior. 

Se não nos descobrimos, não vamos entender o padrão da natureza dentro de nós, que é o Padrão da vida e nunca descobriremos se gostamos disto ou daquilo.

Sócrates afirmou que o ser humano alcançará a verdade mediante o autoconhecimento, e “Conhece-te a ti mesmo” (associado à palavra “Gnose” –conhecimento), é o desenvolvimento contínuo do seu intelecto 

“Só sei que nada sei”. 

Filósofo Sócrates

Só através do conhecimento e da inteligência alcançaremos toda a virtude, caso contrário espera-nos o fracasso. 

Queremos dizer, que nos compete descobrir o mistério da consciência não Local, (nosso Espírito), que tem a ver com a intuição, o sentir a entrega à vida e que medos, raivas, invejas, etc., são tudo ilusão da mente concreta, não fazem parte da nossa essência como Seres Multidimensionais, razão porque não devemos dar qualquer importância, mas sim abraçar a profundidade do nosso espírito para obtermos aquela riqueza  que nos conduz ao que desejamos e nos propusemos.

Quando descobrirmos essa nossa beleza interior pelo amor incondicional, conhecemos as Leis da Natureza de que fazemos parte e aí alcançamos a verdadeira felicidade. 

O Ego permitiu-se ao Eu Superior. 

Descobrimos que para nos conhecermos a nós mesmos, mergulhámos na profundidade do nosso Interior e bem no fundo, mesmo no fundo, encontrámos o Túnel de Luz que nos deu a informação que precisávamos. 

Nossas experiências na matéria densa começam a não ter sentido e ao conhecermos nossa própria Essência, sem qualquer esforço temos o necessário para levar a bom termo a missão que nos propusemos. 

Começamos a compreender que o que nos rodeia não faz parte da nossa essência e como dizia Jesus, “este não é o meu reino”. 

Nosso Reino está unicamente dentro de cada um de nós.  Apenas estamos fazendo mais uma experiência humana. 

Concluimos o resultado da frase na sua íntegra: 

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás todo o Universo e os seus Deuses, porque se o que tu procuras não encontrares dentro de ti mesmo, tu não encontrarás em lugar nenhum”.  

“Frase escrita no Pórtico do Templo do Oráculo de Delphos, na Antiga Grécia.

O vídeo disponibilizado pelo Canal “Narrativas Historiográficas”, mostra-nos a magnitude do Oráculo de Delfos.

Francisco Cabral, o Autor do Texto