20 Mar
20Mar

Se você está há algum tempo nessa vida e se considera um  espírito em processo de aperfeiçoamento já deve ter dito em algum momento a frase sobre você mesmo: “Por que não percebi isso antes”. Essa sensação de despertamento acompanhada da ideia de tempo perdido integra um processo longo e trabalhoso de autoconhecimento. É natural, mas inquietante.

O autoconhecimento se configura quando esse tipo de reflexão é possível. Porque é preciso mudar internamente para se evidenciar uma mudança comportamental no mundo. Mudar internamente é mudar as maneiras de ser e agir no mundo, pois a forma como tratamos o outro é o reflexo de nosso interior.  E Kant, na Crítica da Razão Pura, ao pensar no sujeito cognoscente, disse claramente que só enxergamos no mundo aquilo que já existe em nós. Ideia injusta? Não. 

Precisamos pensar um bocadinho mais em nossos corpos sutis, particularmente, no corpo mental inferior que agrega a experiência de todas as vidas anteriores. De nossas intolerâncias, posturas agressivas, nosso julgamento excessivo, desejo de  dizer “verdades” para o outro, narcisismo, covardia etc. que evidenciam o nosso desequilíbrio com o universo. 

A autoaplicação do Reiki integrada à rotina  pode ser direcionada intencionalmente para o corpo mental inferior e potencializar o processo de limpeza de velhos hábitos que não estão em sintonia com a vida do espírito e sim com a do ego que ainda está mais interessado em apontar os erros dos outros.

Pense em como deve ser o seu corpo mental inferior.  Pensou? Essa dimensão possui todos os pensamentos bons ou ruins  que acumulamos ao longo de milhares de vidas. Será que somos capazes de opor resistência a eles  de forma tranquila? Será que não estamos mais conectados a esses processos mentais do que somos capazes de imaginar? Claro que não tem relação com grau de escolaridade e/ou o conhecimento intelectual construído nesta vida, mas com a dimensão emocional. Como é seu emocional? 

As leituras de obras edificantes, por exemplo, são necessárias, mas não são suficientes, pois  é importante perceber que estamos lendo para modificar a nós mesmos. A leitura de um livro é o contato secreto com o autor que ressoa dentro de nós e para nós mesmos. Objetivo? Mudança comportamental.

Nesse processo de autoconhecimento, o Reiki poderá  colaborar na identificação dos desafios que estão em nós. Portanto, use-o para alinhamento dos chacras que não significa a ideia do senso comum segundo a qual os chacras estarão  alinhados entre si como se numa reta imaginária. A bem da verdade, alinhamento de chacras envolve ajustamento energético de cada um com suas cores, velocidade, vibração com os corpos sutis para harmonia. 

Após esse momento, encaminhe a energia Reiki para o seu corpo mental inferior, imaginando-o pleno. 

Pode-se usar a técnica da redução para esse processo de transmutação nos corpos sutis. O ideal é fazer essa prática todos os dias ao acordar, naquele momento em que você ainda está em sua cama. Se precisar acorde 15 minutos mais cedo. Beba um gole de água, sente-se de maneira confortável, respire suave e profundamente e use a técnica da redução por 15 minutos. Observe como será o seu dia.

Use o Reiki, pratique os princípios do Reiki e fique atento aos gatilhos que permitem que processos mentais equivocados continuem interferindo em você. Não tenha vergonha de falhar. Se estamos nesse mundo é porque falhamos muitas vezes, mas o erro é um professor paciente. 

Desconstrua falsos consensos, pois ninguém é perfeito, a verdade não é absoluta, o que o outro fala sobre você é o olhar que ele tem a partir dos  processos mentais que ele nutre.  Nada justifica a rispidez, a aspereza, o preconceito nas relações interpessoais. O espírito retorna para dar conta de si mesmo, não do outro. E o Reiki pode ser uma ferramenta auxiliar para a mudança comportamental porque impõe uma alteração vibratória necessária em nossa experiência mental, racionalidade e percepção. 

Nada está fora, tudo em nosso interior. As casas espíritas ou espiritualistas, as religiões ou filosofias, são ferramentas que colaboram se você estiver desperto para isso. Podem ser lugares desafiadores, porque reúnem outros irmãos sofredores, são hospitais cujos voluntários podem ser os mais necessitados.  A transformação interior se desvelará na mudança comportamental.

Olhe para você, estenda a mão ao outro sem se colocar como superior,  cuidado com a forma como expressa seus pensamentos e se não puder ajudar -  siga em frente – mas mude o seu comportamento. E, assim, como diz o poeta na música,

nada do que foi será/ de novo do jeito que já foi um dia/tudo passa/ tudo sempre passará”.


SANTOS, Lulu; MOTTA, Nelson. Como uma onda. Álbum: O ritmo do momento. 1983.


Clara Brum, a autora deste artigo.


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