10 Aug
10Aug

Todos os dias  repetimos maneiras de ser e agir e nem sempre ou quase nunca refletimos verdadeiramente sobre nós mesmos. 

Se você acredita que somos seres eternos enquanto espíritos, sabe que em cada encarnação experimentamos um ego diferente. 

Cada ego, portanto, vivencia processos distintos que para o senso comum pode ser ligeiramente confuso ou até injusto, mas que tem um propósito, o propósito do espírito. 

Cada ego é um cogito cartesiano.

Em milhares de vidas acordamos com os pensamentos repletos de dores, preocupações, alegrias, preguiça e tantas outras possibilidades que se retroalimentam. 

Já vivenciamos a escassez, a abundância, o medo, o terror, a raiva, a guerra, a paz, a tristeza e a bondade. 

Em que parte de nosso ser, tudo  se aloja ? 

Em que parte, todas as vidas, se harmonizam? 

É possível identificar esse agregado reverberando em nossas ações? 

Talvez nos problemas comportamentais, no apego, no narcisismo, na arrogância, na subserviência, no medo ou no vício.

A espiritualidade, muitas vezes,  não é identificada como natural em cada um de nós. 

A mediunidade é bênção, é luz.

Todos nós somos espíritos em uma trajetória que é singular, intransferível e perene. 

Todos somos espíritos encarnados em aprendizagem, num processo dialético e que, portanto, não descarta o que veio antes, mas ao contrário, parte daquela vivência emocional para conformar as experiências atuais.

A cada vida um novo cogito influenciado por tudo o que veio antes e acompanhado pelos inúmeros “eus” que já foi um dia.

Suponho que você esteja pensando: como assim? 

Esses “eus” anteriores persistem paralelos ao “eu” atual? 

A resposta é sim, podendo ajudar ou atrapalhar. 

A morte finaliza a dimensão corpórea, mas não destrói a consciência que se formou naquela vida e que continua muitas vezes em padrão de desarmonia experimentado e reverbera esse sentir  na vida atual.

Em verdade, sabemos muito pouco dessa realidade do espírito em suas sucessivas encarnações para o desenvolvimento de personalidades múltiplas. É a verdade da frase cartesiana nas Meditações Metafísicas:

 “Penso, logo existo” 

–Cogito, ergo sum. Aqueça personalidade continua pensando, vivendo aquela realidade na qual está inserida.

Assim, em tratamento apométrico, que é um trabalho mediúnico, gratuito, com a finalidade de  dialogar com as múltiplas personalidades e subpersonalidades, adentramos na verdadeira realidade de nosso ser: agregado de consciências que continuam paralelas à atual. 

Entendeu a importância da consciência?

Qual a finalidade de tudo isso?

Acolher, trazer para a vibração do amor para que se curem de suas dores, muitas das vezes, autoimpostas. Para tanto, são conduzidas após diálogo acolhedor, se desejarem, a um hospital espiritual e, após tratamento, poderão retornar ao seu agregado espiritual em harmonia com a proposta encarnatória em andamento.

É relevante dizer que todas as consciências são acolhidas amorosamente, porque o Divino Criador não julga, nem pune ninguém. Há simplesmente uma lei que a todos conduz. 

Ou estamos em conformidade a ela ou não. 

Nossos pensamentos, sentimentos e emoções vibram para o universo que apenas devolve o que emitimos.

Quando somos sintonizados no Reiki e começamos a praticar os princípios do Reiki no cotidiano, progressivamente compreendemos um pouco mais que somos esse agregado e a importância de mantê-lo minimamente equilibrado. E a oportunidade é singular de aplicar o auto Reiki para que a energia vital possa promover esse acolhimento energético no sentido do bem para todos. 

Acrescente-se a oportunidade de aplicar o Reiki em interessados na terapia, o que significa, também, cuidar do outro.

A energia vital  colabora promovendo uma harmonização, ou seja, o equilíbrio energético minimamente necessário para o nosso campo biopsicofísico, para possibilitar mudanças emocionais e comportamentais que, por sua vez, fortalecem esse processo de harmonização. 

Cabe lembrar que nenhuma jornada de autoconhecimento é trajetória linear e ler livros não é suficiente. Há desafios que podem levar um bom tempo até termos consciência e podermos tratá-los.

Nesse caminho a maior lição está em aprender que trazemos todas as ferramentas para autocura que não está fora de nosso coração. Basta você querer resolver os seus embrólios, suas encruzilhadas espirituais.

Aplicar o Reiki e o auto Reiki diariamente é uma prática que pode ser útil nesse processo.

No momento da prática do auto Reiki, após traçar o símbolo Usui hon sha ze sho nen direcione o Reiki ao seu agregado de personalidades múltiplas. Diga: “Eu ....(diga seu nome completo e sua data de nascimento) ....direciono a energia Reiki, potencializada pelos abnegados Mestres de Reiki, a todas as personalidades múltiplas do meu Espírito particularmente aquelas que mais necessitem para que se harmonizem e se reintegrem na perfeição da minha proposta reencarnatória atual”. Experimente fazer uma vez por semana.

Então, você percebeu que nem na experiência mais íntima de nosso próprio ser estamos sozinhos?  

No futuro você também será uma personalidade múltipla de um novo “eu”. 

O aprendizado do respeito às consciências é  uma realidade em nossas vidas. 

E o verdadeiro milagre não está fora, mas dentro de cada um de nós quando compreendemos esse complexo energético acessível apenas pela vibração do amor.

O verdadeiro milagre é o amor.


Referências

DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
GODINHO, J.S. Iniciação Apométrica: terapêutica mediúnica. Blumenau Holus Publicações,  2019.
GODINHO, J.S. Conflitos conscienciais: personalidades múltiplas e subpersonalidades. Blumenau Holus Publicações,  2017.
GODINHO, J.S. Apometria: um instrumento para harmonia e para felicidade. A nova ciência da alma. Blumenau Holus Publicações,  2019.
PETTER, Frank A. Manual de Reiki do Dr. Mikao Usui. SP: Pensamento, 2020.


Clara Brum, a autora deste artigo.


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