03 Aug
03Aug

Há um tempo em que o Espírito nos chama ao silêncio. 

Nem toda batalha se vence com espada.  

Nem toda cura vem do movimento.  

Às vezes, o Divino sussurra: “Fica.” 

A mulher que se recolhe está em oração.  

O homem que espera está em comunhão.  

Ambos escutam o ritmo do Grande Mistério, que não se apressa, que não se prova, que simplesmente é

Não agir é confiar. É entregar o ego à sabedoria do Alto. É saber que há uma força maior tecendo os fios invisíveis do destino enquanto tu respiras. 

O silêncio é altar.  

A pausa é oferenda.  

A espera é fé. 

A alma não se revela sob pressão. Ela floresce no tempo sagrado, como o lótus que emerge das águas calmas, como o sol que nasce sem ser empurrado. 

A mulher que não corre atrás, o homem que não reage por impulso, ambos se tornam canais do Espírito.  

Guardam o espaço onde o milagre pode acontecer. 

Porque às vezes, o maior ato de devoção é não fazer nada. É confiar no invisível. É descansar no colo do Mistério

E nesse não-agir, a Luz age. 

A alma canta.  

A verdade vem.

Ruth Collaço, a autor do texto

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