22 Sep
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Nem só de pão vive o homem?! 

Pois não, não sabias? 

O homem vive de “templates” e templos, de dinheiro tirado ou roubado, ganho ou herdado. 

Pouco interessa, vive de dinheiro. 

Vive de cinismo e elogios, de brilhos colhidos de estrelas alheias e se tiverem esta a audácia de continuar a brilhar, o homem cospe-lhe em cima, como faz o sapo ao pirilampo para que deixe de o incomodar. 

Sim o homem vive de vida: 

alheia e dela faz sua.  

O homem gosta do que tem e diz que não quer o que tens, quando afinal ele não quer é que tenhas o que tens, a isto chama-se inveja, e ah.... como o homem vive dela! 

Vitamínica poção mágica para se erguer todas as manhãs e ir à luta. 

Será? 

Não será andar à luta? 

Sim o homem vive muito e de muita coisa. Vive de dias, noites, homens e mulheres, come-os, f@d*-os e depois como se envergasse uma varinha mágica, fá-los desaparecer. 

Sim é a f*da mágica, não conheces? 

Eu como-te e tu desapareces!  

O homem também vive disso, da magia e do desaparecer, mas apenas quando mais convém. O homem vive de correria, correr até para conseguir correr! 

Corre para ganhar, para esconder, para fugir, para ensinar (sabes?... dar daquelas lições de moral do "se fosse eu"... e depois não é mesmo nada, um nada!) 

Só que depois vem a vida, e ensina, sabes? daquelas quecas pedagógicas, em que te passam a vida a dizer: 

"Repete cem vezes até aprenderes...de novo!... mais uma vez”... 

E enquanto o homem, o ser, o humano, sim o pouco que resta do ser humano, não se fartar de repetir... Não sei. 

Pé de Carvão

(heterónimo de Ruth Collaço) 

Do Livro: Pé de Carvão & Poemas na Palma da Mão de Ruth Collaço)


(O que se diz sobre Pé de Carvão?

Não se sabe ao certo quando nasceu, muito menos quem foram os seus pais, contudo nos anuários do Templo das Tempestades, surge pela primeira vez a figura de Pé de Carvão aos pés de Dogoda de Hades”. (…)
Num rompante rasgo de generosidade e vaidade, Dogoda concede-lhe o dom da imortalidade e juventude eterna para que assim tivesse todo o tempo do mundo para evoluir nos seus interesses. 


(…)Pé de Carvão escolhe então para si a vida de um miúdo de rua, que o permite andar por onde escolhe mais despercebidamente. Atualmente frequenta as esquinas mais polidas de Lisboa, cidade (por agora) escolha do seu coração”.)

Ruth Colaço, a autora do texto

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