16 Aug
16Aug

Deixa que te diga uma coisa: 

Quem mais te magoou nunca foram os teus “inimigos”, mas sim aquelas em quem confiaste, aquelas que permitiste que se chegassem suficientemente perto para que conhecessem exatamente onde o teu coração bate, e onde ele parte também. Mas é exatamente aqui que acredito estar a verdade, o porquê que não te destruíram, mas que te revelaram como pessoa. 

Assim que se percebe esta verdade, jamais se volta a temer “a perda de alguém”. 

É em momentos destes que nos devemos manter erguidos como uma montanha, há uma certa calmaria que se percebe quando nos permitimos parar de mexer o tempo suficiente para que ela se declare…através daquela Voz…a que calamos! 

O tipo de calmaria vinda da Mãe, que pode por ti o vento passar e abanar, a chuva cair encharcando cada poro à superfície da tua pele, e ainda assim algo dentro de ti permanece intacto.  

E esta atitude não vem da teimosia, não vem da vontade de ignorar “tempestades”, mas sim consciência de que qualquer tempestade é temporária, mas o chão que te sustenta não o é. 

Pergunta à montanha se ela corre atrás das nuvens ou se as teme, da mesma maneira, uma mulher deve saber manter-se forte e enraizada na sua própria presença, para que as dúvidas alheias e as que em si habitam, não a demovam facilmente do seu caminho e propósito de se cumprir. 

Muitos são os que vivem como se o seu valor tenha que ser diariamente validado. Como se o seu próprio valor fosse medido pelo “barulho” que fazes ou pela rapidez com que respondem a cada estímulo que vida lhe oferece. 

O problema é que quando (e nisso tanto insistimos sem dar conta do quanto) insistimos em correr, perdemos a oportunidade de observar e receber a verdade que vem da serenidade, revelada num silêncio de espírito. 

Aprendi eu, a dúvida floresce quando o movimento prolifera sem que tenhamos tempo para parar…respirar.  

Esconde-se nos becos mais escuros da Avenida “Procura do Sucesso e Fama”, na contantenecessidade de agir, apenas para se explicar e provar a sua (nossa) razão. 

Todavia, quando se está presente, e digo - verdadeiramente presente, a (Sra) Dúvida perde solo de onde brotar e crescer.  

Assim como o sol derrete geadas, a Presença dissolve incertezas e duvidas. 

Conheci uma mulher que vivia a duvidar de si, acuada por trás das opiniões alheias sobre as suas escolhas. Cada conserva deixava-a inquieta e ao voltar para casa remoía as palavras que como garras afiadas minavam a sua confiança. Os seus sonhos de aspeto (para si mesma) frágeis, pareciam rachar sob cada vergastada de opinião alheia. 

Mas algo mudou no dia em que decidiu ancorar a sua força. Começou por não tocar no seu telemóvel, ler mensagens… perder-se, antes de estar em silêncio durante três (3!) minutos

Deixou de procurar respostas no mundo, de pedir permissão para pensar e ter a sua opinião, substituindo todo o “barulho” por apenas o seu respirar. 

Três inspirações deliberadamente profundas… de insignificância quase impercetíveis.  

Este pequeno gesto provou ser suficiente para mudar o registo do dia que acabar de acolher. 

Com o passar do tempo, aquelas três inspirações, tornaram-se a “sua montanha”, e dessa serenidade, acedia ás verdade enterrada por baixo dos seus medos. 

Aos poucos foi-se movendo na vida com mais certeza e firmeza…. Não porque os outros tivessem deixado de opinar, não porque o mundo tivesse encolhido, mas porque se tinha acalmado, centrado, enraizado, firmado e crescido. 

E tu, já te deste os teus três(3! Só 3…) minutos hoje? 

Caminhemos!


Se as tuas raízes forem fortes e conheceres a tua montanha, não há vento que te vergue,nem chuva de te inunde o sonho.


Ventos Sábios 



Ruth Collaço, a autora deste texto

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