O semeador, quando lança a semente, não sabe se ela encontrará terra fértil ou se o vento a levará para longe.
Há sempre a incerteza, o mistério do que virá. Ainda assim, ele lança.
Lança porque confia, porque sabe que o gesto é já um ato de fé.
Ventos Sábios®
Ao longo dos caminhos da vida, aprendi que estender a mão não pede garantias. O coração que se abre ao outro não calcula retorno, não mede resposta. Apenas oferece. E nesse oferecer, reconheço a entrega silenciosa que me aproxima do divino.
O amor que não exige, a bondade que não cobra e a esperança que não se cansa.
Cada gesto meu é como uma semente lançada ao solo da existência.
Talvez brote em flor, talvez permaneça oculta, talvez se perca.
O que importa é o movimento inicial: a coragem de confiar, o abandono da necessidade de controlar, o saber que cumpri a minha parte.
E este lançar é oração viva.
É acreditar que o invisível trabalha em silêncio, que o tempo amadurece o que não vejo, que a graça se revela onde menos espero.
A fé não é certeza, é confiança.
E cada mão que estendo é já o milagre em si.
Porque no fundo, quando semeio gestos de amor, não semeio apenas para o outro — semeio para mim, para o Universo, para o mundo e para o Todo.
E é nesse mistério que a vida floresce, como sempre floresceu, desde os tempos antigos, guiada pela sabedoria que nos sustenta.
“Nada pode apagar a luz que brilha de dentro.”
Maya Angelou
