09 Nov
09Nov

Depois há sempre o regresso, o voltar a despertar, 

disfarçar... os olhos que abertos deixaram de ver, 

regressam feridos, inchados, raiados... olhos que agora 

fechados vislumbram a luz que existe em mim, cá dentro... 

a minha! 

Depois, percebo. Percebo-me "Eu".

Relembro um cartaz de gelados que li de passagem "Não 

há regras para a felicidade!"... pois não! Nem para a vida, 

a não ser aquele ponto em que a vida chega ao ponto final. 

Mesmo assim, silenciosamente irreverente, insurjo-me em 

paz, nesta paz que me assiste e da qual me aposso. 

Não, não há regras para a felicidade, para a vida, para o riso, para o caminhar... não há regras iguais para todos, 

embora sejamos todos um Todo. É nessa diversidade de 

sermos essencialmente diferentes, a liberdade de nos 

olharmos, de contendermos com o "espelho" e escolher, 

não a regra... mas a lei do livre arbítrio. 

A regra dita obediência. 

A lei, aceitação e a escolha perante o que me é 

apresentado pelo universo. 

É no livre arbítrio que me "salvo" ou condeno. Que me 

ajusto ou desajusto perante o amor e a luz. No livre 

arbítrio acabo sempre por encontrar a consequência da 

minha liberdade, ou o resultado da minha "prisão". 

São escolhas, as minhas, e não as regras, as tuas! 

Sou eu, não isolada ou sob as vestes do egoísmo, sob a 

capa da luz, do amor e da minha vereda e verdade. 

Jamais terei o direito de julgar a (tua) escolha... jamais 

(te) permito julgar a minha. 

Caminha, deixa que eu caminhe, ao meu ritmo, cantando 

a (minha) canção, levantando poeira que não sirva de 

rasto, mas prova de direcção. 

Podemos até seguir na mesma direção, mas o nosso 

caminho... as nossas paragens, as flores ou espinhos que

 colhemos, os rios ou vales, as bonanças e tempestades, 

essas são nossas... minhas, para eu escolher, viver e seguir. 

Para minha aprendizagem e crescimento. 

"Cresce, e aparece".... que eu também estou a aprender. 

Aparecer? Só se eu quiser, (como diz alguém que amo), e 

quando estiver pronta. 

Até lá, caminho, cresço para quando eu aparecer, saber 

como me irei apresentar. 

E espero fazê-lo... plena e Mulher. 


Ventos Sábios

Ruth Collaço, a autora do texto

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