Depois há sempre o regresso, o voltar a despertar,
disfarçar... os olhos que abertos deixaram de ver,
regressam feridos, inchados, raiados... olhos que agora
fechados vislumbram a luz que existe em mim, cá dentro...
a minha!
Depois, percebo. Percebo-me "Eu".
Relembro um cartaz de gelados que li de passagem "Não
há regras para a felicidade!"... pois não! Nem para a vida,
a não ser aquele ponto em que a vida chega ao ponto final.
Mesmo assim, silenciosamente irreverente, insurjo-me em
paz, nesta paz que me assiste e da qual me aposso.
Não, não há regras para a felicidade, para a vida, para o riso, para o caminhar... não há regras iguais para todos,
embora sejamos todos um Todo. É nessa diversidade de
sermos essencialmente diferentes, a liberdade de nos
olharmos, de contendermos com o "espelho" e escolher,
não a regra... mas a lei do livre arbítrio.
A regra dita obediência.
A lei, aceitação e a escolha perante o que me é
apresentado pelo universo.
É no livre arbítrio que me "salvo" ou condeno. Que me
ajusto ou desajusto perante o amor e a luz. No livre
arbítrio acabo sempre por encontrar a consequência da
minha liberdade, ou o resultado da minha "prisão".
São escolhas, as minhas, e não as regras, as tuas!
Sou eu, não isolada ou sob as vestes do egoísmo, sob a
capa da luz, do amor e da minha vereda e verdade.
Jamais terei o direito de julgar a (tua) escolha... jamais
(te) permito julgar a minha.
Caminha, deixa que eu caminhe, ao meu ritmo, cantando
a (minha) canção, levantando poeira que não sirva de
rasto, mas prova de direcção.
Podemos até seguir na mesma direção, mas o nosso
caminho... as nossas paragens, as flores ou espinhos que
colhemos, os rios ou vales, as bonanças e tempestades,
essas são nossas... minhas, para eu escolher, viver e seguir.
Para minha aprendizagem e crescimento.
"Cresce, e aparece".... que eu também estou a aprender.
Aparecer? Só se eu quiser, (como diz alguém que amo), e
quando estiver pronta.
Até lá, caminho, cresço para quando eu aparecer, saber
como me irei apresentar.
E espero fazê-lo... plena e Mulher.
Ventos Sábios

Ruth Collaço, a autora do texto