23 Jun
23Jun

Depois há sempre o regresso, o voltar a despertar, disfarçar... os olhos que abertos deixaram de ver, regressam feridos, inchados, raiados... olhos que agora fechados vislumbram a luz que existe em mim, cá dentro... a minha!
Depois, percebo. Percebo-me "Eu".
Relembro um cartaz de gelados que li de passagem "Não há regras para a felicidade!"... pois não! Nem para a vida, a não ser aquele ponto em que a vida chega ao ponto final.
Mesmo assim, silenciosamente irreverente, insurjo-me em paz, nesta paz que me assiste e da qual me aposso.
Não, não há regras para a felicidade, para a vida, para o riso, para o caminhar... não há regras iguais para todos, embora sejamos todos um Todo. É nessa diversidade de sermos essencialmente diferentes, a liberdade de nos olharmos, de contendermos com o "espelho" e escolher, não a regra... mas a lei do livre arbítrio.
A regra dita obediência.
A lei, aceitação e a escolha perante o que me é apresentado pelo universo.
É no livre arbítrio que me "salvo" ou condeno. Que me ajusto ou desajusto perante o amor e a luz. No livre arbítrio acabo sempre por encontrar a consequência da minha liberdade, ou o resultado da minha "prisão".
São escolhas, as minhas, e não as regras, as tuas!
Sou eu, não isolada ou sob as vestes do egoísmo, sob a capa da luz, do amor e da minha vereda e verdade.
Jamais terei o direito de julgar a (tua) escolha... jamais (te) permito julgar a minha.
Caminha, deixa que eu caminhe, ao meu ritmo, cantando a (minha) canção, levantando poeira que não sirva de rasto, mas prova de direcção.
Podemos até seguir na mesma direcção, mas o nosso caminho... as nossas paragens, as flores ou espinhos que colhemos, os rios ou vales, as bonanças e tempestades, essas são nossas... minhas, para eu escolher, viver e seguir.
Para minha aprendizagem e crescimento.
"Cresce, e aparece".... que eu também estou a aprender.
Aparecer? Só se eu quiser, (como diz alguém que amo), e quando estiver pronta.
Até lá, caminho, cresço para quando eu aparecer, saber como me irei apresentar.
Espero fazê-lo... plena e Mulher.


Ventos Sábios - Ruth Collaço


Ruth Collaço, a autora deste texto.


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