18 Feb
18Feb

Sendo eu uma defensora da clareza em todas as suas formas e vertentes, não me foco na "verdade" e "mentira"... foco-me sim na clareza. Porque verdades ou mentiras, são vividas e sentidas de forma individual e de acordo com o íntimo de cada um. 

Sendo que acredito que havendo clareza para comigo e á minha volta, tenho eu por consequência melhores probabilidades de decidir de forma lúcida e conveniente.   

E por causa desta minha mania de clareza, vejo muitas vezes com a necessidade de dar nomes, catalogar, indiciar coisas e acima de tudo relações. 

Mas como? se nem eu consigo ser sempre clara comigo mesma? 

As minhas decisões afetam-me a mim e a minha auto imagem.  

Diariamente há uma parte de mim que se transforma, e eu evoluo e avanço. 

A cada decisão (penso que) tenho clareza necessária, contudo percebo que é quando eu ponho rótulos e nomes em certas coisas, elas deixam de ser o que são.

Não porque sejam, mas porque eu lhe dei nome... 

Porquê então dar nomes a coisas, pessoas, relações que estão tão bem como estão? 

Clareza sim. mas será a clareza um impedimento da descoberta. 

E volto à (minha) dualidade. 

Decido então explorar-me a mim e à vida (com clareza de espírito), descobrir o que é o amor nas suas variadas formas, e a vida nas suas várias formas de amar.

Que o amor fala alto, e eu... devo ouvir o meu corpo. 

Perceber o que está em causa a cada dia (a cada momento... ainda não consigo) e quando eu quiser quebrar a minha rotina, quando eu procurar por mais e melhor... devo olhar o meu semelhante e ver-me a mim.

Tempo e Clareza 

Espremo os dias nas palmas das mãos 

Sabendo que cada momento que hoje tenho 

É meu, e apenas eu, o sinto e vivo assim 

Tenho os braços cheios de dias saudade 

Apuro no peito o sabor das verdades 

Que antes me eram pura liberdade 

Oferecem-me hoje em sons de clareza 

Saudades, verdades, tempo intemporal 

Tempos idos, vindouros, de ouros vividos 

Um tempo claro, sem sombras e dúvidas 

Onde o brilho não ofusca, a certeza não teme 

Sigo o tempo, com o tempo que me é dado 

Dou o tempo a quem com o olhar me pede 

Meço o tempo com tempos perdidos 

Carimbo tempos do tempo, meu cunho clareza 

Entrego-me ao tempo a cada meu tempo 

Do tempo que tenho reclamo clareza 

eu nada mais peço, promessas são vis 

Clareza, princípio que prezo na vida! 

Ventos Sábios

Ruth Colaço: Autora do texto

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.