21 Jan
21Jan

Hoje voltou, a voz. Mas foi a minha. 

Repetidamente me digo e acuso de ser egoísta. que soltar vapor, e largar “stress” e tensão é egoísmo. Mas não é. 

Tenho apenas que perceber que a constante provocação dolorosa que me é difícil de aceitar, que esse cutucar interior tem a tendência de frustrar a minha capacidade de me conectar com o Todo e comigo mesma. 

Ser paciente, faça eu o que fizer, tento não julgar quem eu amo de forma  demasiadamente dura. 

Decidir entre ser mártir ou tomar conta de mim é uma escolha. Estou no meu pior quando subestimo o meu valor e não posso nem devo mudar o meu “core”, a minha essência para simplesmente acomodar as expectativas alheias. 

A matéria com que me faço a mim mesma não pode ser a contradição interior. 

E então, corto o cordão umbilical, e liberto-me do ventre que é feito de expectativas que não são minhas. 

Aliás... eu nem gosto de expectativas... sempre me levaram à desilusão. 

Snip snip! 

Há que começar o processo de sarar. 

Ventos Sábios

Colo 

Solto o cabelo sobre o teu colo 

afago o rosto na palma da mão 

Fecho os olhos e descanso 

preciso afastar esta solidão.   


O cheiro macio de um colo amado 

Acalma a dor que trago no peito 

aqui eu encontro refúgio, o chamado 

e sei que aqui não tenho defeito.   


Tuas mãos carinhosas, cheiro a maçã 

tua voz que me canta, sobre o amanhã 

eu posso sonhar que tudo passou 

se tu me acolhes, a dor já cessou   


Quisera eu ter para sempre o teu colo 

poder nele chorar e tudo sarar 

somente aqui eu encontro consolo 

sentir que alguém em saber aceitar.   


Assim vou regando, o regaço de amor 

de um colo perfeito que cura a dor 

e tu que calada já choras comigo 

serás sempre assim, meu colo e abrigo. 

Uta 

(Heterónimo) 

Dedicado à minha Mãe.

Ruth Colaço: Autora da poesia e texto

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