São aqueles com menos poder social que descobrem as melhores maneiras de cuidar do outro.
O sentido de responsabilidade deveria ser também a capacidade de responder a uma crise com determinação e coragem.
Somos nós quem comanda o nosso próprio sucesso, mas há que que saber conviver com os nossos pensamentos e sentimentos. A permissão de operarmos dentro desses mesmos sentimentos e pensamentos deve ser uma prioridade na nossa escala de crescimento.
Toda a forma que se usa na comunicação pode ser uma indução à ação, para sermos curiosos com o nosso inconsciente.
É tão importante estarmos conscientes de como construímos um pensamento, como as conclusões às quais chegamos.
Exercitemos, portanto, a paciência, a tolerância, o respeito, a compaixão, o respeito e união com a mãe natureza e o amor incondicional, e conseguiremos apaziguar muitas das situações que não entendemos ou com os quais não concordamos.
Não é assim tão importante decidir ou concluir nada imediatamente, caso contrário corremos o risco de nos sentirmos frustrados com a forma como comunicamos uns com os outros e connosco próprios. É na comunicação interna que se inicia a comunicação com o outro... com o mundo.
Todo o conflito comunicativo pode alterar a forma como se vê e pensa o mundo.
Alimento para pensamento:
-Como uso o poder social que tenho (se o tenho)?
-Como chego eu às minhas conclusões e decisões?
-Que valores exercito na minha comunicação com o outro?
-E eu, como comunico comigo mesma?
Caminhemos!
Ventos Sábios
Para esses não escrevo!
Para esses não escrevo, tão pouco me dou
eu escrevo para os vivos que choram
para os que bebem a vida aos litros
em jarros de vinho canecas cerveja.
escrevo para as putas e as finas
ou assim se fazem, e contam esquinas
Para esses não escrevo, nem gasto a tinta
eu escrevo para as costas que dobram
ao som do chicote, ao grito do mestre
para escravas que parem os filhos na mata
e para as senhoras que invejam o sexo da serva
aos que erguem os olhos e pedem perdão
batem com joelhos, sons surdos no chão.
Mas para esses não escrevo, não me sabem ler
Pois eles são puros, e nobres senhores
não contam moedas nem usam calão
seus olhos combinam com sapatos que brilham
e pisam o chão, pensando-se deuses.
Para esses não escrevo, que ferem mulheres
prometem amores e entregam horrores
para esses não escrevo, pois sem coração
os olhos não vêm e a boca na beija.
Eu...?
Eu escrevo e dou voz a quem já não chora
do peito arranco as farpas tristeza
lamúrias e prantos, doces ilusões
mulheres desamadas, antes bem compradas
pobres enganadas, que fazem da vida
uma história de amor e acabam servindo
Eu escrevo para as bruxas que saltam fogueiras
e salvam as jovens de malvadas parteiras
Eu escrevo para o grito, e grito a verdade
ofereço a bebida em cálice turvo
quem bebe não teme
quem teme, não bebe.
Maria do Vento
(Heterónimo de Ruth Collaço)
Ruth Colaço: Autora do texto