07 Jan
07Jan

São aqueles com menos poder social que descobrem as melhores maneiras de cuidar do outro. 

O sentido de responsabilidade deveria ser também a capacidade de responder a uma crise com determinação e coragem. 

Somos nós quem comanda o nosso próprio sucesso, mas há que que saber conviver com os nossos pensamentos e sentimentos. A permissão de operarmos dentro desses mesmos sentimentos e pensamentos deve ser uma prioridade na nossa escala de crescimento. 

Toda a forma que se usa na comunicação pode ser uma indução à ação, para sermos curiosos com o nosso inconsciente. 

É tão importante estarmos conscientes de como construímos um pensamento, como as conclusões às quais chegamos. 

Exercitemos, portanto, a paciência, a tolerância, o respeito, a compaixão, o respeito e união com a mãe natureza e o amor incondicional, e conseguiremos apaziguar muitas das situações que não entendemos ou com os quais não concordamos. 

Não é assim tão importante decidir ou concluir nada imediatamente, caso contrário corremos o risco de nos sentirmos frustrados com a forma como comunicamos uns com os outros e connosco próprios. É na comunicação interna que se inicia a comunicação com o outro... com o mundo. 

Todo o conflito comunicativo pode alterar a forma como se vê e pensa o mundo.

Alimento para pensamento: 

-Como uso o poder social que tenho (se o tenho)? 

-Como chego eu às minhas conclusões e decisões? 

-Que valores exercito na minha comunicação com o outro? 

-E eu, como comunico comigo mesma? 

Caminhemos! 

Ventos Sábios

Para esses não escrevo!   

Para esses não escrevo, tão pouco me dou 

eu escrevo para os vivos que choram 

para os que bebem a vida aos litros 

em jarros de vinho canecas cerveja. 

escrevo para as putas e as finas 

ou assim se fazem, e contam esquinas 

Para esses não escrevo, nem gasto a tinta 

eu escrevo para as costas que dobram 

ao som do chicote, ao grito do mestre 

para escravas que parem os filhos na mata 

e para as senhoras que invejam o sexo da serva 

aos que erguem os olhos e pedem perdão  

batem com joelhos, sons surdos no chão. 

Mas para esses não escrevo, não me sabem ler 

Pois eles são puros, e nobres senhores 

não contam moedas nem usam calão 

seus olhos combinam com sapatos que brilham 

e pisam o chão, pensando-se deuses. 

Para esses não escrevo, que ferem mulheres 

prometem amores e entregam horrores 

para esses não escrevo, pois sem coração 

os olhos não vêm e a boca na beija. 

Eu...? 

Eu escrevo e dou voz a quem já não chora 

do peito arranco as farpas tristeza 

lamúrias e prantos, doces ilusões 

mulheres desamadas, antes bem compradas 

pobres enganadas, que fazem da vida 

uma história de amor e acabam servindo 

Eu escrevo para as bruxas que saltam fogueiras 

e salvam as jovens de malvadas parteiras 

Eu escrevo para o grito, e grito a verdade 

ofereço a bebida em cálice turvo 

quem bebe não teme 

quem teme, não bebe.   

Maria do Vento 

(Heterónimo de Ruth Collaço)

Ruth Colaço: Autora do texto 

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