09 Mar
09Mar


Assim... simples, singelas e resistentes como estas flores que não perdem a cor, e mantidas juntas por um frágil e simbólico laço de papel.

Quantas vezes nós mulheres, amarradas pelos laços da nossa fragilidade, como este ramo, nos mantemos erguidas, ainda que o que nos une pareça frágil?

Sim, somos rosas, orquídeas, jarros, dálias, túlipas...flores de estufa? Algumas... mas somos também flores do campo, girassóis, papoilas resistentes ao sol, ao vento e constantes intempéries da sociedade. Flores silvestres, gipsófilas, margaridas selvagens, flor de cacto, suculentas, resistentes e perenes.

Não é este dia que nos faz especial ou dá valor, somos nós que somos e fomos (finalmente) vistas neste dia. Pena é que a verdade para muitas, é que só neste dia são vistas ou lembradas.

Quantas hoje recebem uma flor para esconder um olho negro? Quantas não têm uma flor para oferecer, porque na desigualdade de salário não podem gastar nem mais um cêntimo. Melhor ainda, quantas tiveram que sofrer, lutar e até perder a vida para que fossemos vistas e reconhecidas? Quantas mais terão que cair para que outras vençam?


Quantos homens foram e são ridicularizados pelos seus "irmãos" por terem erguido a voz em defesa da igualdade?
Igualdade, não é sermos iguais, porque não somos nem nunca seremos.. Igualdade é termos o mesmo valor e enquanto tivermos que celebrar este dia, teremos ainda muito por alcançar, sim, mas que seja com amor, com Luz, com sororidade.

Às mulheres que estão na minha vida, realço a minha mãe Carmen Renata Correia Cabral, um obrigado pelos abraços em dias de chuva e pelas flores que trazem no olhar.
Para os homens que estão na minha vida, que se vejam iguais em valor e um obrigado aos que nos reconhecem como seres em igualdade.
Assim.... singelas, resistentes e perenes. Deixaremos sempre as nossas sementes pela estrada, para que vinguem e floresçam no caminho, jamais perderemos as nossas cores.
SOMOS MULHERES.


Ventos Sábios - Ruth Collaço ®


Manifesto à (minha) verdade.


Creio na verdade e na verdade do olhar
creio na intensidade de cada momento vivido em nua verdade
quando as almas se desnudam
e se olham frente a frente sem temor
perdendo do mundo o pudor
e se encontram num nível intenso
de verdade, nua, pura e crua.

Creio no olhar e tudo o que se diz em silêncio
nos medos escondidos postos a descoberto
quando testas se encostam e se elevam
e chegam aos céus onde os anjos nos escutam
e em sentidos traduzem tudo o que é vida,
o que a alma nos diz e o corpo engole.

Creio que a minha verdade é minha e só minha
que há varias verdades e que todas são verdade
creio porém que a minha verdade só o é
se o for também para quem me ama,
porque eu creio que amo e amo em verdade.

Creio que verdade é perdão, aceitação e desapego
que a verdade nos liberta, se ela não me apegar,
que me liberta apenas se eu (me) aceitar
como sou, como quem sou, como quem fui e serei.

Aí sim... eu posso crer na verdade
entender que ela não é minha, mas eu sou dela.
Esta é a minha verdade, e a verdade que é minha.


Ventos Sábios Ruth Collaço®


Ruth Collaço, a autora do texto e da poesia.



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