Nas horas escuras, quais sombras no céu
Elevo o meu ser, procuro a luz do fundo
do poço eu ergo os meus olhos
que alcançam o brilho que chama por mim
Sem medo eu subo, tateio o caminho
fumo chaminé, erguida no céu
tijolos antigos feitos de escolhas
montadas em fila querendo subir.
A enfim aprendi da escuridão a lição
de cantos masmorras e becos escondidos.
Fugi tanto deles, nem sequer percebi
que os mesmos serviam tão bem como a luz.
Se é facto que luz, na escuridão se revela
facto é porém que a escuridão não esconde uma vela
e assim eu não temo, nem noite nem escuro
eu creio na luz, meu caminho conduz.
O cajado é a coragem, a fé meu calçado
meu pranto é meu manto, meu sonho alado.
Eu quero ser vela, pequena no escuro
procuro o caminho, por onde eu me curo.
Ruth Collaço, a autora desta poesia.