São 8 horas, Cristina como habitualmente, se levanta a esta hora para preparar o pequeno almoço e destinar o almoço para seus familiares.

Entretanto antes de começar esta tarefa, chama por Joana e Pedro para se levantarem, arranjarem e partirem para as escola e Faculdade respetivamente.

Já o Miguel seu marido começou a sua higiene pessoal, um bocadinho tristonho porque ao espreitar pela janela o dia estava pouco sorridente.

Após pequeno almoço tomado, cada um parte para os seus trabalhos e aí começa mais um dia habitual, que está sendo repetido por anos e anos.  

Cristina é funcionária de uma grande empresa multinacional e o seu trabalho está limitado à contabilidade, tendo que dar conta aos seus superiores hierárquicos se o negócio está correndo bem. Se este se mantiver normal tudo bem, mas o Sr. Administrador vai pressionando que são precisos mais lucros, que Cristina tem que envidar mais esforço para manter o seu Posto de trabalho, e dar mais horas porque são precisos grandes investimentos para engordar o topo da pirâmide.

Começa uma vida de stresse, pela lembrança de que precisa daquele dinheiro para sustentar a família e conseguir uma educação adequada para seus filhos.

O Miguel é Caixa num Banco e durante 15 anos não faz outra coisa, a não ser receber e pagar aos clientes.

Mas há uma chamada para reunião com a Administração e os seus colegas. Começa a aperceber-se que a vida do banco não está correndo bem, que há necessidade de despedir pessoal. Miguel começa a raciocinar que para não ficar para trás, tem que trabalhar ainda mais, porque a concorrência é de tal modo, que ele pode ser dos primeiros a ter o seu contrato rescindido. Começa aqui a disputa entre colegas e “o salve-se quem puder”. Regras são postas de parte e a honestidade a ser questionada. Mais um dia completo de um nervosismo intenso na luta pela sobrevivência, porque o salário faz parte para a manutenção da família.

Joana e Pedro, ela na faculdade e ele ainda na fase escolar, começam a receber, cada um em sua fase, uma educação que a Sociedade impôe, para mais tarde serem futuros e exemplares colaboradores de uma máquina geradora de dinheiro, para obterem lucros e mais lucros a favor de determinadas Empresas.

Já o dia terminou e todos regressam ao lar.

Cristina começa a preparar o jantar.

Miguel, que pelo caminho de regresso a casa havia comprado o jornal do dia senta-se no sofá, começa a ler e dar uma vista de olhos pelo Totoloto e “com alguma sorte” era um dinheirinho benvindo, talvez para comprar uma televisão nova para a sala, porque esta já está um pouco ultrapassada.

Joana e Pedro cada um em seu quarto pegam nos respetivos telemóveis e há que pôr a escrita em dia, trocando mensagens com seus amigos virtuais.

Chegou a hora de jantar.

Sentam-se à mesa e Miguel quer saber mais um pouco o que se passa no mundo. Liga a televisão.

Notícias de última hora”. Determinado País atacou com bombas nucleares e resultaram milhares de feridos. Um acidente provocou dezenas de mortos, etc, etc.

Intervalo para publicidade”: Compre este produto depressa antes que esgote. Estamos oferecendo viagens àquele País por um preço extremamente baixo, aproveite porque já temos poucas reservas. O Banco tal oferece taxas mais baixas. Se não tiver dinheiro agora, utilize o cartão de crédito.

Resultado: Após um dia de trabalho stressante e de um jantar bombardeado por um noticiário alarmante, todos se vão deitar, preocupados com tudo o que está acontecendo ao seu redor, fazendo previsões de um futuro muito negro.

No dia seguinte e nos outros dias: A mesma coisa.

Após este relato, e retrato da maioria das famílias, pergunto:


Isto Somos nós próprios?


Começo a observar esta repetição diária e o subconsciente de cada um a dizer. Sim, é isto que tenho de fazer.

Chego a uma conclusão:

Não somos humanos, mas sim andróides programados para a escravidão e preparados para gerar dinheiro a uma Sociedade que nos obriga a um consumismo desenfreado para que haja lucro, bastante lucro.

Este é o deus da Sociedade que a maioria serve e não se apercebem que estão sendo manipulados, bombardeados por tudo quanto é mídia, vivendo a obseção do ter e não, SER, alimentando uma matrix que não se importa com nossa qualidade de vida, mas sim controlar-nos para os servir.

Porque os meios de comunicação social, não informam quem realmente somos?

Que somos seres multidimensionais, e a experiência a que nos propusemos foi que nossas consciências atinjam um patamar mais elevado, para adquirirmos paz profunda em nosso interior e possamos distribuir nossa maior riqueza. “O Amor Incondicional”. Amar o próximo como a nós mesmos. Nós viemos para evoluir espiritualmente. Este foi o nosso propósito.

Somos regidos pelas Leis da Natureza e como tal, fazemos parte dela. Tudo o que nos rodeia, somos nós.

Somos combinações de sons, cores, musicas, matemática, figuras geométricas, que desconhecemos e necessitamos descobrir. Descobrirmos nossa própria essência.

Há uma longa caminhada e para sabermos quem somos, temos que perceber elementos fundamentais para que o conhecimento venha até nós.

Não somos a Cristina, Miguel, Pedro e Joana, como acima descrevi, mas sim parte da Essência da Cristina, Miguel, Pedro e Joana, que utilizam aqueles corpos para evoluirem e se reverem cada vez mais no que realmente são.

Não para sermos máquinas impostas por uma matrix. Esse não é o trabalho a que nos propusemos, mas sim darmos vida à nossa multidimensionalidade, pela experiência humana. Sabermos que a passagem por esta Orbe é transitória e há que aproveitar mais uma oportunidade, para que  através da evolução consciencial possamos elevar-nos a outras Dimensões.

A propósito, vou contar uma conversa entre um Mestre Tibetano e um famoso engenheiro:

O Mestre fez-lhe a seguinte pergunta:

Quem é você?

Prontamente, o Sr. Engenheiro começou a desbobinar o curriculum para que foi programado. Sou Engenheiro, formado numa das melhores faculdades do meu País, exercendo atualmente minha profissão numa grande Empresa multinacional a nível mundial, estando presentemente no seu País, representando-a para futuros empreendimentos e expansão da mesma.  

O Mestre Tibetano, após ouvi-lo atentamente, voltou a perguntar-lhe:

Tirando tudo isso que mencionou:

Quem é você?

Claro que o engenheiro, em função do seu percurso desde o nascimento, foi educado em regras materialistas e não compreendeu que o Mestre lhe queria demonstrar que ele era Uma parte da Consciência Cósmica. Ele não é o Engenheiro que diz ser, mas uma Consciência que vem fazer uma experiência como Engenheiro naquele corpo físico, para levar consigo mais um ensinamento, terminando aquela experiência no acto do desencarne, e retornar ao Ser Multidimensional que é. Exerce aquela função sim, para que essa experiência lhe dê uma riqueza espiritual e pelo Amor incondicional, disponibilize a sabedoria ao serviço do UM. Não veio para dar importância à matéria densa, esquecendo a sua condição de Espírito.

Alexandre “O Grande” quando sentiu a aproximação da sua morte, ordenou aos súbditos três desejos quando partisse:

1º. Desejo-Que fossem os seus médicos a transportar seu corpo até à sepultura.

2º. Desejo-Todas as riquezas fossem colocadas em volta da sua sepultura.

3º. Desejo-Que seu corpo ficasse com os braços abertos.

Após ter proferido tais desejos, justificou a razão:

No primeiro desejo, quis demonstrar que nem os seus médicos o conseguiram salvar da morte, por isso era seu dever transportá-lo até à última morada.

No segundo desejo, afirmou que toda a fortuna que adquiriu nesta vida terrena pelo combate, conquistando e matando seus semelhantes de nada lhe valeram. Ele não a podia levar consigo.

Quanto ao terceiro desejo, quis dizer que partia de mãos vazias.

Este soberano, tal como muitos outros,  viveram uma vida de Maya, segundo a tradição indiana, uma vida de ilusão.

Continua...

Publicado em
11/9/2020
na categoria
Espiritualidade
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Francisco J. Cabral

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