Por sua vez e contrastando com aquelas, as mulheres do povo, pobres e filhas das classes sociais mais baixas executavam vários tipos de trabalhos: nos campos faziam trabalhos agrícolas, guardavam o gado, tratavam das galinhas, recolhiam os ovos, ordenhavam as vacas, cortavam e carregavam a palha. Plantavam, cultivavam, batiam e lavavam o linho e o cânhamo para os trabalhos de tecelagem que também faziam (sobretudo roupas e toalhas). Tosquiavam as ovelhas e teciam a lã para fazerem capas e mantas. Cultivavam as hortas e colhiam os frutos e os legumes para confeccionarem refeições para as famílias. Tinham uma vida pesada e dura as mulheres das classes desfavorecidas.

As mulheres dos comerciantes e artesãos passaram a auxiliar os maridos nessas atividades.

A sociedade renascentista também permitiu que algumas mulheres se dedicassem à prostituição (em Florença foi até publicado um catálogo com 215 mulheres de elite que se prostituíam) e o oposto da prostituição era a vida conventual (durante o século XV, em Veneza, Milão e Florença cerca de 13% das mulheres eram monjas, o que representava um alivio financeiro para muitas famílias nesta época da história).

O acesso à educação e à cultura era restringida às mulheres das classes mais abastadas.

Algumas mulheres menos ricas tiveram também acesso à educação, mas eram educadas sobretudo pelos pais com base na tradição humanista.

Apesar das restrições, algumas mulheres, sobretudo as esposas dos políticos e governantes, conseguiram ocupar papeis de relevo na política e na liderança da sociedade: não governavam, mas através da sua autoridade e riqueza influenciavam muito o pensamento e a cultura da época. Nesse âmbito destacaram-se, por exemplo, Eleanora de Aragão e Lucrécia de Médici, mãe de Lourenço, o Magnifico.

A educação das mulheres, independentemente da sua condição social, tinha um forte peso religioso, muito marcado pelas leis da religião católica.

Era uma educação muito rígida, muito virada para as atividades do lar e com pouca liberdade: desde pequeninas eram educadas para cozinhar, costurar e bordar. Era uma educação muito virada para o casamento, mas com o tempo foram conquistando espaço noutras atividades como padeiras e comerciantes.

Apesar do que fica dito, o renascimento trouxe algumas novas oportunidades à mulher, sobretudo nas cortes, onde viviam as famílias mais abastadas. Em Inglaterra, por exemplo, algumas mulheres aristocratas passaram a ter acesso à educação que ficava a cargo de tutores que eram considerados “homens de fé”. Mas, apesar disso, a maioria das mulheres, sobretudo as do povo, continuaram muito vinculadas às tarefas decorrentes do casamento.

 

No que respeita à beleza e à moda a mulher renascentista abandonou o obscurantismo típico da idade média e começou a mostrar-se mais no plano físico, embora se mantivesse a diferença entre as mulheres do povo e as mulheres da aristocracia e burguesas.

 

Na idade média o modelo de mulher aristocrática era de ancas finas e seios pequenos, mas com o advento do renascimento este ideal de mulher alterou-se. O ideal de mulher passou a ser a “mulher roliça”, mais arredondada, ou mais gorda por assim dizer, de ancas largas e seios grandes.

 

Continua...

Publicado em
12/10/2020
na categoria
Caminhos na História
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Daniela Silva

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